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sábado, 10 de novembro de 2012

Bairro da Gamboa


       O nome desse bairro, que tinha uma das mais antigas praias do litoral urbano, está ligado a Gamboas, ou Camboas, que eram pequenas represas, feitas pelos pescadores locais, para prender os peixes que entravam nas águas calmas e cheias de peixes entre a Praia da Saúde e o Saco do Alferes.

       Gamboa também deu o nome à praia e ao saco, existentes no local. Outros nomes foram dados a essa região, como praia do Chichorro, das Palmeiras, do Propósito e do Lazareto. O acesso se dava pela rua do Cemitério, atual rua Pedro Ernesto, que a ligava ao Valongo. Na Praia da Gamboa, junto às encostas do morro da Providência, foi fundado em 1809, pelo embaixador britânico Lorde Strangfort, o “British Burial Ground”, o Cemitério dos Ingleses, para enterrar os protestantes.

       Ao longo do tempo, a região da Gamboa foi se tornando uma área de atividades portuárias, incrementadas pelo ciclo do café, repleta de trapiches e armazéns. O maior proprietário de terras do local era o Barão da Gamboa, dono de extensa chácara que, em 1852, abriu e prolongou ruas em seus terrenos, criando lotes urbanos. A proximidade do terminal ferroviário com o litoral propiciou a abertura de um túnel sob o morro da Providência e a instalação, em 1879, da Estação Marítima, localizada no Saco da Gamboa. Com o aterro de toda essa orla para a construção do Cais do Porto, projeto elaborado em 1903 por uma comissão presidida pelo Ministro Lauro Muller e concretizado pela empresa de Paulo de Frontin, o Saco da Gamboa desapareceu e foi ocupado por terminais ferroviários de cargas.



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